(Unesp 2018) Texto 1
Victor Frankl descrevia o fanático por dois traços essenciais: a absorção da própria individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. “Individualidade” é a combinação singular de fatores que faz de cada ser humano um exemplar único e insubstituível. O que o fanático nega aos demais seres humanos é o direito de definir-se nos seus próprios termos. Só valem os termos dele. Para ele, em suma, você não existe como indivíduo real e independente. Só existe como tipo: “amigo” ou “inimigo”. Uma vez definido como “inimigo”, você se torna, para todos os fins, idêntico e indiscernível de todos os demais “inimigos”, por mais estranhos e repelentes que você próprio os julgue.
(Olavo de Carvalho. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, 2013. Adaptado.)
Texto 2
É necessário questionar a função de amparo identitário de todas as formas de organização de massas – partidos, igrejas, sindicatos – independente de seu objetivo político manifesto, de esquerda ou de direita. Não é descabido supor que qualquer organização de massas tenha o potencial de favorecer em seus membros a adesão à identidade de vítimas, sendo um sério obstáculo à luta pela autonomia e pela liberdade de seus membros.
(Maria Rita Kehl. Ressentimento, 2015. Adaptado.)
Os dois textos
a) apresentam argumentos favoráveis a ideias e comportamentos totalitários no campo da política.
b) defendem a importância de diferenças claras entre amigos e inimigos no campo da política.
c) sustentam que a união dos oprimidos em organizações de massa é mais importante que a individualidade.
d) utilizam os conceitos de fanatismo e de identidade coletiva para questionar o irracionalismo.
e) concordam que o pertencimento ideológico de direita é critério exclusivo para definir o fanatismo político.
Atividade para as segundas séries do Ensino Médio
(Unioeste 2016) Regime Político – de acordo com o Dicionário de Política organizado por
Bobbio, Matteucci e Pasquino – pode ser definido como o conjunto de instituições, leis e
valores que regulam a luta pelo poder em determinada sociedade. Considerando que o
regime político adotado no Brasil atual é presidencialista e republicano, assinale qual das
alternativas abaixo é INCORRETA.
a) O chefe de governo do Poder Executivo brasileiro (presidente) é eleito pelo voto popular.
b) Os membros do Poder Legislativo brasileiro (deputados e senadores) são eleitos pelo voto popular.
c) Nossas eleições são livres (vários partidos concorrendo) e “limpas” (conforme as regras eleitorais).
d) Um presidente (eleito pelo povo) pode governar sem o apoio da maioria do Congresso Nacional.
e) O Poder Legislativo pode destituir um presidente (eleito pelo povo) por discordância ideológica.
Atividades de Sociologia para as terceiras séries do Ensino Médio
(Enem PPL 2017) Em um governo que deriva sua legitimidade de eleições livres e
regulares, a ativação de uma corrente comunicativa entre a sociedade política e a civil é
essencial e constitutiva, não apenas inevitável. As múltiplas fontes de informação e as
variadas formas de comunicação e influência que os cidadãos ativam através da mídia,
movimentos sociais e partidos políticos dão o tom da representação em uma sociedade
democrática.
URBINATI, N. O que torna a representação democrática? Lua Nova, n. 67, 2006.
Esse papel exercido pelos meios de comunicação favorece uma transformação
democrática em função do(a)
a) limitação dos gastos públicos.
b) interesse de grupos corporativos.
c) dissolução de conflitos ideológicos.
d) fortalecimento da participação popular.
e) autonomia dos órgãos governamentais.
(Ufu 2015) A Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi instituída em 16 de maio de 2012 com o objetivo de trazer à tona os crimes cometidos pelo Estado brasileiro entre os anos 1946 e 1988, em especial durante a Ditadura Civil-Militar. Entre esses crimes se destacam a detenção ilegal ou arbitrária, a tortura, a execução sumária, arbitrária ou extrajudicial e, por fim, o desaparecimento forçado e ocultação de cadáver. Tal como aponta seu relatório publicado em dezembro de 2014, a CNV situou o Brasil entre as dezenas de países que
[...] criaram uma comissão da verdade para lidar com o legado de graves violações de direitos humanos. Com a significativa presença que detém no cenário internacional, o reconhecimento do Estado brasileiro de que o aperfeiçoamento da democracia não prescinde do tratamento do passado fortalece a percepção de que sobram no mundo cada vez menos espaços para a impunidade. Relatório da Comissão Nacional da Verdade.
Disponível em http://www.cnv.gov.br/images/pdf/relatorio/volume_1_digital.pdf. Acesso em: 22 fev. 2015.
a) Reforçar o conteúdo da lei de anistia (nº 6683/1979), que traz o perdão aos crimes políticos e conexos, dispensando das obrigações legais os que resistiram e os que torturaram.
b) Combater a impunidade e revelar os crimes contra a humanidade para que deles não se esqueça e para que nunca mais se repitam.
c) Reestabelecer a harmonia social a partir do perdão bilateral entre os que combateram durante a Ditadura, sem atribuir culpa ou instigar o revanchismo.
d) Virar uma página da história brasileira, aproveitando as instituições que tiveram vigência no período da Ditadura, pois contribuíram decisivamente para aperfeiçoar nossa democracia.